Aumento da Selic a 12,75% : entenda o que pode acontecer com o seu dinheiro


Data: 09 de maio de 2022

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar, nesta quarta-feira (4), a taxa Selic de 11,75% ao ano para 12,75% ao ano. Com isso, a taxa básica de juros chega ao maior nível em mais de cinco anos.

O aumento da Selic causa influência direta no cotidiano dos brasileiros.

A elevação de 1 ponto percentual representa a décima alta consecutiva da taxa básica de juros da economia. A decisão do Copom foi tomada de forma unânime. De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta semana, a Selic deve chegar a 13,25% ao final deste ano.

 

O que pode acontecer com o seu dinheiro após o aumento da Selic

Ao aumentar a taxa Selic, o grande objetivo do Banco Central é de controlar a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Nos últimos meses, o país vem enfrentando uma escalada nos preços. Em março, o IPCA foi de 1,62%. Essa foi o maior nível para o mês desde o começo do Plano Real, em 1994.

Do modo geral, os juros maiores desestimulam a economia. Com a demanda menor, a inflação tende a ser controlada. Isso acontece porque, com juros mais altos, o crédito fica mais caro — e a população tende a gastar menos.

Já as empresas diminuem os investimentos e oferecem menos empregos. Este cenário também reduz o dinheiro em circulação. Outra consequência disso é o impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB) e na renda do brasileiro.

A elevação da Selic também provoca a entrada de investidores para o Brasil. Conforme aumenta a relação risco-retorno, economistas emergentes se tornam mais atrativas.

Diante da entrada de dinheiro estrangeiro, o real se valoriza ante o dólar. A desvalorização da moeda norte-americana pode tornar a inflação mais controlada.

O cenário de alta da Selic também impacta os investidores locais. Os juros maiores tornam as aplicações em renda fixa mais atrativas.

Outro reflexo do cenário atual é uma despesa a mais com juros da dívida pública. Economistas estimam que os gastos com juros devem registrar recorde neste ano.

Essas despesas com juros afetam a dívida pública. Este é um indicador observado pelos investidores estrangeiros para medir a confiança no Brasil. Como resultado desse receio, o dólar tende a subir — e, consequentemente, a inflação.

 

 

FONTE: FDR