Capital financeiro: entenda o que é e como utilizar em sua startup


Data: 23 de maio de 2022

Assim como em qualquer outra empresa, o modo como o capital financeiro de startups é gerido influencia consideravelmente o desempenho do negócio. Afinal, trata-se da soma de tudo — como itens armazenados em estoque, saldo em conta bancária e aplicações — que possa ser transformado em dinheiro.

Na prática, o capital financeiro também se refere à parcela necessária para cobrir custos fixos e variáveis e, assim, manter os processos operacionais da empresa. Em outra frente, ele também representa os recursos utilizados para expandir os negócios, proporcionando investimento em inovação e um crescimento sólido e sustentável.

Contudo, todas essas realizações dependem, naturalmente, de uma boa gestão desse capital. Confira, a seguir, como administrá-lo aí, na sua startup!

Planeje a gestão

Em um primeiro momento, muitos gestores olham para o dinheiro disponível em caixa e imaginam que está tudo bem. Na verdade, é preciso entender, quanto antes, que a dinâmica que movimenta o mercado — independentemente da área de atuação — é soberana.

Dito isso, existem momentos excelentes, mas eles não podem ser usados para pautar as decisões da sua startup. Aliás, nenhuma empresa se desenvolve com equilíbrio apenas com base em inovação e tecnologia, embora ambas sejam mais do que essenciais.

Muitas vezes, coisas básicas, como o planejamento da gestão do capital financeiro, são deixadas de lado. Planejar é fundamental em qualquer contexto ou nicho, pois, acredite, as startups de sucesso não se resumem a ótimos insights. É preciso dar um passo além, ou seja, saber o que fazer com os recursos disponíveis.

Isso explica por que elaborar uma estratégia detalhada, sintonizada com o presente e alinhada aos objetivos futuros, é algo que faz tanta diferença. Nessa linha de raciocínio, você deve pensar em como diminuir custos e despesas, além de projetar a utilização do capital financeiro a médio e longo prazo. Um foresight estratégico bem estruturado também pode ajudar.

Uma vez que planeje com atenção, o fluxo de caixa de sua startup se manterá saudável, mesmo diante de períodos complicados, desencadeados por crises cíclicas. Por sinal, isso também explica a importância de recorrer à inteligência preditiva na hora de tomar decisões.

Crie reservas financeiras

Sim, durante muito tempo o foco de uma startup é crescer em ritmo acelerado e contínuo, até que alcance o status de scale up. Até aí, tudo bem. O problema começa quando a empresa não atinge a maturidade necessária para gerenciar seu próprio capital financeiro.

De maneira resumida, veja da seguinte forma: existe o momento de desenvolver e o de contemplar. Levando para a realidade de uma startup, todo o esforço envolto na escalabilidade e exponencialidade só faz sentido se, lá na frente, isso gerar valor para a marca e, consequentemente, lucro.

Todos esses pontos são levantados, aqui, para ressaltar a importância de converter parte do capital na criação de reservas de emergência e de oportunidade. As primeiras são tão indispensáveis quanto as segundas, principalmente para absorver impactos de turbulências econômicas fora da curva.

As proporções de aplicações em cada fundo financeiro citado acima são variáveis. Em uma startup, a necessidade de reinvestimentos sempre fala mais alto. Mesmo assim, faz sentido reestruturar o planejamento, se necessário, para ter onde se segurar no pior dos mundos.

Avalie possíveis investimentos

Mesmo que você já tenha sua startup em uma fase razoavelmente estável, existem alguns investimentos que devem ser regulares pelo resto da existência do negócio. Confira algumas possibilidades que merecem destaque.

Recursos humanos

Para começar, dedique atenção especial à valorização dos recursos humanos. No começo, quando os donos da startup, praticamente sozinhos, idealizam o negócio, falta quase tudo. Geralmente, o capital disponível deriva de aplicações próprias ou de amigos e familiares.

Aos poucos, novos profissionais são contratados com a missão de ajudar a alavancar o empreendimento. Com o tempo, o sucesso vem, mas não sem a dedicação de pessoas que acreditaram na ideia e que, muitas vezes, sequer eram remuneradas como deveriam.

Assim, é imperativo que a startup tenha um plano para recompensar a confiança e empenho de quem foi decisivo para mostrar sua marca ao mundo. Basicamente, manter salários, benefícios e outros diferenciais competitivos para reter grandes talentos é um excelente investimento em capital humano.

Ao mesmo tempo, deve haver um cronograma de treinamentos que estejam alinhados às eventuais deficiências dos times. Nesse aspecto, observe que o processo de aperfeiçoamento também precisa se relacionar com a sustentação da base de conhecimentos requerida para atingir os objetivos da organização.

Outro fator interessante a ser observado são as mentorias, as quais costumam se voltar às áreas de gestão e liderança, cadeia de valores e inovação, entre outras.

Marketing

Paralelamente, as ideias brilhantes da gestão de marketing só ganham vida mediante aporte financeiro apropriado nos projetos. Logo, é bom levar esse departamento em conta na hora de definir o orçamento. Afinal, o desenvolvimento das campanhas do setor também faz parte do processo de consolidação da marca no mercado.

Automatização de tarefas

Apesar de muitas startups nascerem imersas em uma ampla rede e infraestrutura tecnológica, essa não é a realidade geral. Talvez, seu negócio ainda esteja no início, sendo conduzido por uma equipe enxuta.

O ideal é que uma porcentagem dos recursos de investimento seja direcionada à automatização de determinadas atividades. Se, por enquanto, for inviável automatizar tudo o que você gostaria, garanta que, ao menos, os processos mais burocráticos sejam facilitados pela tecnologia.

Mercado financeiro

Em uma etapa mais madura de sua existência, sua startup deve ser capaz de utilizar uma parcela do investimento em ativos disponíveis no mercado financeiro.

No caso, fique atento à necessidade de diversificar corretamente a escolha dos ativos. Isso significa que a empresa deve fazer aportes em papéis de organizações de segmentos distintos, com boas previsões de rentabilidade e, sobretudo, descorrelacionados entre si.

Com essas características, o mal desempenho de um dado grupo de ativos é equilibrado pela ótima performance de outro. Além disso, não se esqueça da liquidez diária da renda fixa, importante para os fundos de emergência. Na dúvida, sempre solicite a consultoria de especialistas no assunto.

Conte com profissionais especializados

Por fim, tenha em mente que o maior esforço da sua startup deve se concentrar no core business dela. Logo, não hesite em contar com as orientações precisas de profissionais experientes em gerir o capital financeiro de maneira adequada em todas as frentes comentadas ao longo deste post.

Soma-se a isso o fato de que eles são vitais para ampliar o poder de competitividade e, literalmente, acelerar o crescimento da sua startup. Em outras palavras, você aprende a gerenciar melhor seus recursos e ainda se prepara adequadamente para atrair mais capital financeiro para seu negócio.

Afinal, conhecer as melhores estratégias de atração de novos investidores também é parte do trabalho contínuo de maturação de uma startup. Você precisa tanto gerir o capital financeiro que já tem quanto projetar aportes robustos no negócio. Com nossas dicas, mostramos o caminho.



FONTE: EMPRESAS RANDON