Home office X Presencial: qual modelo prevalecerá nas empresas?


Data: 09 de fevereiro de 2022

Os últimos (quase) dois anos foram de inúmeras mudanças e impactos para a humanidade devido à pandemia causada pela covid-19, um vírus com contágio por meio do ar que ataca as vias áreas. Assim, o contato físico tornou-se arriscado, o que daria um excelente roteiro de filme ou série, mas, infelizmente, é a mais pura realidade atual.

Pelo alto grau de contágio, o distanciamento social foi a principal arma para evitar que a doença gerada pelo coronavírus se espalhasse ainda mais entre a população. A sociedade teve que se adaptar de maneira rápida aos novos protocolos de saúde para evitar as consequências drásticas, como a perda de vidas.

Dessa forma, como adaptar as relações, a comunicação e o trabalho uma vez que estar presente fisicamente em ambientes com várias pessoas tornou-se perigoso? Nossa evolução tecnológica proporcionou que isso acontecesse de maneira rápida. 

Já tínhamos muitos artifícios prontos, de aplicativos de delivery à programas de vídeo chamada – ou seja, nossa vida já estava bem estruturada no online. Houve então uma aceleração no uso da tecnologia para garantir que o trabalho – em muitos segmentos – fosse executado sem contato ou presença física.

Apesar disso, o trabalho sempre foi organizado para que as pessoas tivessem suas práticas laborais de forma física nas empresas. Os escritórios (sedes) eram os pontos de encontro das equipes para trabalhar e trocar demandas com os demais membros. 

Ter sua mesa com computador, salas de reuniões, copa para o cafezinho no intervalo do expediente é uma atmosfera que foi toda transferida para as salas virtuais. Da sua própria casa – quarto, sala ou cozinha – é possível executar e entregar o mesmo trabalho sem deslocar-se para a empresa física. Mas o que temos de prós e contras nesse processo?

O home office é um tema bastante discutido e analisado. Assim, vamos listar aqui pontos que foram positivos e negativos nesse processo em que a presença física não se fez mais essencial.

1. O que temos de positivo no home office?

É inegável que ao “trabalhar em casa” ganha-se muito tempo. Evitamos o deslocamento, que em cidades de médio e grande porte pode significar até 4 horas diárias gastas em ruas e avenidas, tempo majoritariamente improdutivo.

A praticidade de se sentar em frente ao computador com o “dress code” incompleto sem culpa também é uma vantagem observada. O enquadramento das câmeras focado da cintura para cima trouxe praticidade e conforto para os adeptos ao home office.

Estar em casa pode também proporcionar momentos para cozinhar e, consequentemente, melhorar a qualidade da alimentação, antes feita de maneira rápida e por conveniência.

Além disso, para mães e pais, o home office possibilita mais tempo com os filhos, maior troca e interação uma vez que o tempo está mais disponível. 

O autocuidado também passou a ser mais explorado. Por estar mais tempo em casa sem a necessidade de deslocamentos e interações presenciais, os espaços de tempo para dedicarmos a nós se tornaram mais possíveis.

Ainda, algo muito observado foi a objetividade das reuniões virtuais. Elas tendem a ser mais diretas, ganhando mais tempo. No presencial há muitas brechas para minutos de interação e bate-papo que pouco agregam ao cerne principal dos encontros.

2. O que temos de negativo?

Como tudo tem dois lados, o home office também tem outra nuance. E vamos começar pelo fato de que home office exige uma certa disciplina. A organização de uma rotina de trabalho, mesmo estando no ambiente doméstico, é muito importante para que a produtividade seja mantida.

Outro ponto que pode ser crítico é a ergonomia. Por incrível que possa parecer, ter um local preparado para trabalhar em casa afeta diretamente na produtividade, então garantir um espaço próprio com cadeira e mesa que proporcione ergonomia é importante para a saúde e o desempenho da função.

Apesar do ganho de tempo, o online também faz com que sempre estejamos à disposição para o trabalho, principalmente quando respondemos mensagens “fora de hora”. Essa prática pode fazer com que trabalhemos uma carga maior do que se estivéssemos nos escritórios.

Além disso, o ambiente virtual também nos priva de uma interação mais fluida com colegas de trabalho. Os vínculos criados são importantes para a execução de nossas atividades, visto que a troca de diálogo presencial traz o entrosamento e nos faz conhecer melhor uns aos outros. 

3. O futuro

Mesmo com prós e contras, a experiência do home office mudou muito o mercado, transformando as relações de trabalho de muitas empresas, que nunca mais serão as mesmas. Essa migração “forçada” para os aplicativos e softwares agilizou e possibilitou muitos avanços, isso é inegável. O ganho de tempo e a redução de gastos com logística e deslocamento para muitos segmentos é uma conquista, e voltar aos moldes pré-pandêmicos é quase que impensável.

Todavia, é possível observar que algumas corporações já fazem o processo de retorno aos escritórios, agora com grande parte da população vacinada e mais segura. Esse fluxo acontece com o foco nas interações e construções de equipes, visto que para essas empresas a produtividade, comunicação e interação entre os colaboradores ainda tende a ser maior no trabalho presencial. 

Ainda assim, a flexibilidade conquistada propicia momentos híbridos, em que os colaboradores podem definir dias da semana para trabalharem de casa. Com base no movimento que notamos acontecer atualmente, é possível que o “caminho do meio” seja acatado pelas empresas, buscando o melhor dos dois mundos. Unindo o ganho de tempo e conforto do home office sem perder o alicerce do contato presencial para as relações de trabalho.



FONTE: ARQUIVEI